domingo, 26 de agosto de 2007

Meia-cama


Pessoal, ai vai um dos meus "trabalhinhos" nas horas vagas rsrsr
Bjs para as moças e saudações aos rapazes.


Mas o quê?
Que a zombaria da penumbra
Um facho de meia-lua
Ironicamente pouse, arranhe
O contorno sutil da espádua nua?

Não, nem mesmo a chuva redime
Ousada ingratidão soturna
Ardil que se assanha pelos cantos
Nos meandros da noite escura
Não, nem sempre o piedoso céu
Nem e pena das estrelas, nem véu
Aviltada e vítrea musa

Mas ora!
Como deitada te pões
Deita-se por vez o tempo em movimento
E como à meia-luz te atemorizas
Da bruma cinza e hostil
Surge todavia o altaneiro Sol
Em profusão de luzes nuançadamente róseas
Engendradas pela solidão de uns olhos
Como as cores que multiplicadamente vibram
Num espelho sabiamente côncavo

E agora que já te repousas
Basta-se inteira a claridade
Aconchegando a alva beleza renovada
E agora que a mim já te revelas
Basto-me em pedaços
Na solidez desta vigília
Na penumbra de um desejo inusitado
Em meio à madrugada
Em meia-espera
À meia-cama.

2 Comments:

@nayrahbelo said...

Caramba!

Newton said...

Muito bom Fabio!!! Lindo!!! Legal mesmo!!!
Parábens!!!