quarta-feira, 12 de março de 2008

resenhas

Pessoas: seguem duas resenhas sobre filmes que assisti no último final de semana.

Navalha – sem corte – na carne
Em “Sweeney Todd: o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, a parceria entre o diretor Tim Burton e o ator Johnny Deep continua dando certo... Pelo menos, até a primeira metade do grotesco musical. Todos os elementos que consagraram a dupla estão lá – estética sombria e personagens estranhos, por exemplo –, mas, de qualquer forma, a predileção por seguir uma fórmula comprovadamente bem-sucedida não evita com que o filme se perca, principalmente, em relação ao número excessivo de canções (bem) apresentadas e à quebra de ritmo do meio para o final. Resta saber se a boa impressão causada ainda no início, quando a história do vingativo “barbeiro-serial” que matava seus clientes começa a se desenrolar, não é fruto do inusitado, já que não estamos muito acostumados a ver Depp cantando na telona.



Despertando os instintos mais primitivos
Um filme que começa com uma seqüência de cenas silenciosas e que termina com um final aberto a diversas interpretações pode ser bom? No caso de “Sangue Negro”, de Paul Thomas Anderson, que rendeu a Daniel Day-Lewis o Oscar de melhor ator, neste ano, a resposta é sim. E com louvor. Ao basear-se no livro “Oil!”, de Upton Sinclair, para narrar a saga do ambicioso – e impiedoso – Daniel Plainview em sua incansável busca por “sangue negro” – leia-se petróleo –, o diretor não deixa dúvidas quanto à relevância da história que decidiu contar. Mais do que uma trama bem-amarrada, “Sangue Negro” é um verdadeiro tratado sobre os vis efeitos do capitalismo selvagem na humanidade. E põe selvageria, ganância e ausência de escrúpulos nisso. Contundente e obrigatório.

4 Comments:

Fabiane Bastos said...

Estranho, não é a primeira pessoa que reclama do excesso de músicas em Sweeney Todd.

Gente o filme é um musical!!!

Eu posso estar ficando doida mas não é assim que os musicais deviam ser????

Hugo Oliveira said...

Fabiane, você está corretíssima! Os musicais devem mesmo ser desse tipo, mas também devem, na minha humilde opinião, ter um andamento legal, com músicas que acabem contribuindo para o entendimento da história - no começo do filme as músicas rolaram de forma perfeita, mas, depois de um tempo, parece que foram usadas para fazer o público dormir.

Beijos e valeu pelo comentário!

Obs: eu não dormi, mas confesso que cheguei a bocejar em algumas partes.

Newton said...

Não vi nenhum dos dois filmes ainda, mas concordo com o Hugo quando ele fala do excesso de mpusicas meio nada haver nos musicais. Faz com que o espectador se perca totalmente no desenrolar da estória. Eu particularmente só gosto dos musicais antigos mesmo (Gene Kelly e outros), o único mais recente que me agradou é Hair!! Deve ser por isto que a Rapha diz que eu sou meio "Odara dara..." Bem, voltando, Nam minha opinião não humilde mas de cara exigente e chato mesmo os musicais depois de Hair têm um excesso de musicas que dá no saco mesmo! Têm tanta música (acho que os diretores fumam um e viajam na maionese) que a estória perde o sentido! Bem não sei como é o Sweeney Todd, mas espero que seja muito bom.
desculpa gente mas eu sou chato mesmo!

Giselle de Almeida said...

Gente, eu AMO Tim Burton e Johnny Depp e sempre vou assistir qualquer coisa que os dois fizeram juntos. Mas "Sweeney Todd" foi um pouco demais pra mim, sim.
Como o Hugo disse, o visual é incrível e os atores são ótimos. O problema é que os diálogos são raríssimos e isso acaba sendo cansativo. Um intervalo maior entre as músicas não cairia mal.