segunda-feira, 3 de março de 2008

Entrevista com Léo Jaime


Pessoas, segue a entrevista que eu realizei com o cantor e compositor Léo Jaime, no dia 20 de fevereiro, para o jornal Maré Alta - de Angra dos Reis. O bate-papo foi publicado na edição número 1419 do jornal, que foi às bancas no dia 29 de fevereiro. Vale lembrar - delícia de clichê! - que hoje, dia 3 de março, Léo foi capa do Segundo Caderno, do jornal O Globo. Só que o possível nome do disco novo, ele só revelou para mim... Hehehehehehe!


Rock estrela novamente
Cantor e compositor Léo Jaime fala sobre carreira e disco novo em entrevista ao jornal Maré Alta

Por Hugo Oliveira
Durante os anos 80, fosse no rádio ou no cinema, o nome Léo Jaime reinava absoluto. Cantor, compositor e ator, o goiano de nascimento, que escolheu o Rio de Janeiro como lar, cravou alguns sucessos no imaginário popular brasileiro, justamente na década em que o “Brock” – expressão que significa “rock brasileiro”, cunhada pelo jornalista Arthur Dapieve – botava as mangas de fora. Depois de discos de sucesso como “Phodas C” – 1984 –, “Sessão da Tarde” – 1985 – e “Vida Difícil” – 1986 –, ironicamente, o criador de “Rock Estrela”, canção que dá nome ao filme homônimo, de Lael Rodrigues, que também tinha Léo Jaime como ator, viu sua fama descer pelo ralo ao entrar na gravadora Warner, por onde lançou o disco “Sexo, Drops e Rock’n’roll”, em 90. Depois de cinco anos na “geladeira”, e após uma grande batalha judicial com a gravadora, Léo finalmente conseguiu sair do ostracismo musical, mas o cenário já era outro, assim como o público. Mesmo sem lançar novos álbuns, Léo continuou fazendo shows pelo Brasil, ao mesmo tempo em que também passou a escrever para grandes veículos da imprensa brasileira – jornais O Globo e O Dia, por exemplo. Tomando a liberdade de dar um grande salto no tempo, a história de Léo continua aqui, no ano 2008, quando, acompanhado de seu inseparável violão e de um guitarrista competente, o cantor fez um ótimo show, na quarta, dia 20 de fevereiro, no shopping Piratas, em comemoração aos 10 anos do empreendimento. Talentoso, como sempre, Léo Jaime fez com que quase duas mil pessoas cantassem grandes sucessos de sua carreira, durante aproximadamente duas horas de show. Após a apresentação, no camarim do artista, a equipe do jornal Maré Alta – acrescida do fotógrafo honorário, Rodrigo “Scrit” –, conversou com Léo, e além de detalhes de sua carreira, ficou sabendo que o cantor deverá lançar um disco novo, em pouquíssimo tempo. Confira o que rolou na entrevista abaixo.

Hugo Oliveira: a expressão “one hit wonder” – que define bandas e artistas de apenas um sucesso – definitivamente não se aplica a você. “Rock da cachorra”, “Sônia”, “Rock Estrela”, “Nada Mudou” e “Conquistador barato”, sucessos dos anos 80, são alguns dos exemplos que reforçam esta afirmação. Quais seriam as lições mais importantes do “Manual Hitmaker” de Léo Jaime?

Léo Jaime: Putz, não dá pra te dizer exatamente o que é que faz uma canção se destacar das outras. A gente faz tudo com a mesma intenção, mas, às vezes, alguma coisa que você diz acaba traduzindo alguma coisa que todo mundo gostaria de dizer. Você escolhe as palavras certas, escolhe a melodia certa e ela emplaca. Se eu soubesse como fazer isso eu não fazia uma que não fosse desse jeito!

HO: Você nasceu em Goiânia, cidade que, depois de ser considerada a “capital da música sertaneja”, nos anos 90, se tornou “Goiânia Rock City”, nos últimos anos. Você ainda acompanha o que vem acontecendo lá, musicalmente falando?

LJ: Acompanho de longe, porque na verdade, a cena de lá vai para Brasília, no máximo. Tirando alguns artistas que circulam um pouco pela Brasil, em geral, as bandas de Goiânia não circulam muito. Eu acho que com essa história de internet, talvez esse caminho, de buscar uma brecha no Youtube e no Myspace, por exemplo, seja mais interessante para as bandas que estão começando do que querer rodar o Brasil ou se mudar para o Rio ou São Paulo, como faziam as bandas da minha geração.

HO: Aos sete anos, quando ainda morava em São Paulo, você começou a ter aulas de violão. Como é que a música entrou na sua vida?

LJ: Aos sete anos de idade eu ficava mexendo no violão que tinha em casa, e meus familiares tinham medo que eu quebrasse o violão. Resolveram me botar numa aula, para ver se eu aprendia. O professor era cego, foi o primeiro cego que eu conheci na vida. Eu tinha medo de que ele pensasse que eu não aprendia porque ele era cego, e então, eu estudava como louco, e a minha família achava, por isso, que eu gostava de música, o que não era exatamente a verdade. Acabava com todas as festinhas em que eu tocava: se havia festa no Dia das Mães, eu tocava, e todo mundo ia embora no meio. Aí eu fiquei com um trauma, querendo um dia fazer com que a festa não acabasse na hora em que eu pegasse o violão.

HO: Quais são as suas principais influências musicais?

LJ: Têm alguns artistas que eu gosto e que sempre vou gostar. Erasmo Carlos, Elvis Costello, Elvis Presley... Na verdade, nunca fui de ter um ídolo. Sempre gostei de muitas coisas e bebi de muitas fontes, e talvez por isso, eu nunca tenha escutado alguém dizer que meu som é parecido com o som de alguém.

HO: Qual é o seu melhor disco?

LJ: Têm dois discos que eu gosto muito por razões diferentes. Eu gosto muito do “Sessão da Tarde”, por causa das composições, e gosto muito da sonoridade do “Todo Amor”, que foi gravado entre 95/96. Mas, com sinceridade, sem forçar a barra, o melhor disco é o que eu estou fazendo agora, que deve se chamar “Hoje e Sempre”. Esse, eu acho que tem o capricho da produção do “Todo Amor” e a qualidade das composições do “Sessão da Tarde”. Vai ser lançado entre abril e maio, pela gravadora Som Livre.

HO: Seção “Lendas Urbanas”: foi você que indicou Cazuza ao posto de vocalista do Barão Vermelho?

LJ: Sim. Eu fui convidado para ser o cantor, mas já estava fazendo parte de outra banda – João Penca e Seus Miquinhos Amestrados –, além de achar que o Cazuza ia combinar mais com eles do que eu, sendo que acertei em cheio. O Cazuza não queria ir de jeito nenhum! Essa é que é a informação importante. Tive que forçar a barra para ele ir ao primeiro ensaio.

HO: Para finalizar: por que o formato voz e violão? Enjoou do clássico guitarra, baixo e bateria?

LJ: Não! As pessoas é que acham que é mais barato para viajar. Espero voltar aqui com a banda inteira!

5 Comments:

Newton said...

Léo Jaime!!! Poxa já dancei muito escutando sete vampiras!!! Eita tempo bom em que a música era feita pra divertir, para "vender uma idéia" e não só pra fazer dinheiro ou pra ser empurrada por nossas guelas como se fossemos gado!! O que acontece hoje com a maioria dos artistas. Nos empurram um monte de coisas pra gente engolir e 80% são porcarias. Que saudades do Cazuza, Léo Jaime, João Penca, Inimigos do Rei, Unse outros, Capital Inicial quando era bom.....

Newton said...

Ahh uma pequena observação!!! Eu não gosto muito desta coisa de computador e informática né? Então, não to conseguindo entrar no outro blog!!! to digitando o endereço e toda hora dá errado.... Se alguém tiver a paciência e o carinho de me ajudar serei eternamente grato.
Rsrsrsr!!!

Hugo Oliveira said...

Fala, Newton! Cara, existe outro blog? Nem sabia. Abra�os!

Giselle de Almeida said...

Muito legal a entrevista, Hugo. E o endereço do outro blog é http://mixcultural.blogspot.com.

beijos

@nayrahbelo said...

ADORO Léo Jaime! Duas de suas músicas que mais gosto são compostas com Leoni, "A fórmula do amor" e "Fotografia". Por gostar tanto de Leoni também, adorei ter a oportunidade de ver os dois, mais uma vez, juntos no dvd do ex-Kid Abelha. Gente, e o que é "Sônia"? rsrs...

Hugo, parabéns pela entrevista. Acho que temos de divulgar mesmo nosso trabalho aqui. É uma forma de apresentar para nossos conhecidos o que temos feito e proporcionar esse tipo de coisa bacana.

beijos a todos