sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Vale do Café

Fazenda Ponte Alta
Fazenda Arvoredo


Sentir o aroma do típico café brasileiro, saborear uma comidinha bem caseira e ainda ser servido por funcionários em traje de época, numa fazenda, exatamente como se fazia no período cafeeiro do Brasil. Pois isso tudo acontece às margens da Via Dutra, no Rio de Janeiro, no Vale do Café. Das cerca de 150 fazendas existentes na região, 26 estão preservadas, os casarões e senzalas abertos à visitação. O passeio permite ao turista experimentar o cotidiano de brasileiros e imigrantes, a maioria de italianos, que viveram ali no século 19.

Para quem gosta de história e curte estudar 'in loco', o Sul fluminense é uma ótima opção. Em Barra do Piraí, cidade que me encantou por ter ar de interior com uma estrutura que não te permite passar por nenhum sufoco, fiquei hospedada no Hotel Fazenda Arvoredo. Que coisa boa! As senzalas foram transformadas em quartos, sem perder, no entanto, a rusticidade de outrora. O terreiro de café, em frente à casa grande, recebeu um gramado verde, onde é oferecido o chá imperial, com receitas da época, pelo barão de Mambucaba, seu antigo proprietário. Fiquei maravilhada com as comidas.


Foi na Ponte Alta que presenciei um baile de época e o sarau que conta a história da fazenda. Me transportei para o fim do século 19. As pessoas estavam vestidas à carater!

Ainda em minha querida Barra do Piraí visitei o cafezal da Taquara, produtivo até os dias de hoje e construída entre 1820 e 1830. A São João da Prosperidade não passou despercebida por mim. O café deu lugar ao eucalipto, mas seus proprietários não fogem ao ofício de promover a viagem de volta ao tempo antigo. Em visitas com hora marcada é possível ser recebido por eles em trajes da época, e o turista pode explorar cada recanto, admirar detalhes como o piso em mandeira original do século 18.

Engana-se quem pensa que o passeio termina por aqui. A viagem ao passado prossegue pela Estrada RJ-145. A 32 quilômetros de Barra do Piraí, Valença também guarda viva a memória do período cafeeiro. Com 66 mil habitantes, clima ameno, rios e muitas cachoeiras, em meio a algumas construções recentes, a cidade conserva o casario, igrejas e parques de mais de um século.

Em Valença conheci a fazenda Pau D'Alho que, como as demais, preserva com carinho a história de um período marcante de nosso país. Visitei a Santo Antônio do Paiol, em terras de uma sesmaria concedida, em 1814, por provisão, a João Soares Pinho. Em 1969, o local passou a abrigar a Congregação da Pequena Obra da Divina Providência.

Continuará enganado quem pensar que a viagem através de quase dois séculos se encerra em Valença. Mais de 17 quilômetros de estrada, em direção a Minas Gerais, se alcança a minúscula Rio das Flores, com seus 500 quilômetros quadrados e não mais do que sete mil habitantes, mas rica de valor histórico.

Em Rio das Flores, a fazenda Campos Elíseos data de 1851. Em três décadas, a fazenda tornou-se uma das maiores profutoras de café da região, com o cultuvo de 182 mil pés.

Nesta viagem, infelizmente, não conheci a fazendas de Vassouras. Pelo o que sei, são lindas também. Deixo aqui registrado uma indicação de um passeio maravilhoso. Vale à pena conhecer e valorizar o que temos aqui!!! Confiram!



5 Comments:

Newton said...

Po deve ser irado!!! Mas têm que ir no espírito né? Espírito de podes crer total! Mato, vaca, boi.... Cogumelos... Hahahah!!!Mas sério, deve ser bem legal principalmente no inverno.

Nadia said...

Este passeio eu fiz exatamente no inverno do ano passado. Foi muito show, Newton! Você olha aquilo tudo e relembra seus livros de história. Acho que temos muitas coisas nesse
"Brasilzão" que devemos valorizar muito ainda!

@nayrahbelo said...

Newton, o comentário anterior é meu. É porque eu estava com o login da minha mãe...rs

Adriana Marins said...

Fiz uma matéria recentemente sobre algumas destas fazendas e adorei visitá-las!!
A Arvoredo possui um lago enorme, nos fundos da casa, que hoje é utilizado para a prática de esportes radicais. Participei com os hóspedes de algumas das atividades e pretendo voltar em breve.

Ana Leticia said...

Que passeio delicioso, Nayra!
Olha, sabia que minha mãe foi nascida e criada numa fazenda chamada Pau D'Alho? Mas em Santa Maria de Itabira, no interior de Minas... rsrsrs
:-)
bjo
Ana
www.mineirasuai.blogspot.com