segunda-feira, 31 de março de 2008

Diferentes formas de contar a mesma notícia

Gente, recebi esse e-mail e achei interessante postar aqui. Vejam:

Chapeuzinho Vermelho na Imprensa - Diferentes maneiras de contar a mesma história:

JORNAL NACIONAL

(William Bonner): 'Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo
na noite de ontem...'.
(Fátima Bernardes): '... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia'.

PROGRAMA DA HEBE

(Glória Maria): '... que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas
essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é
mesmo?'

CIDADE ALERTA

(Datena): '... onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as
autoridades? ! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte
público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um
lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo,
não tenho medo de lobo, não.'

REVISTA VEJA

Lula sabia das intenções do lobo..

REVISTA CLÁUDIA

Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no
caminho.

REVISTA NOVA

Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.

FOLHA DE S. PAULO

Legenda da foto: 'Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador'.
Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos
e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois
salva
pelo lenhador.

O ESTADO DE S. PAULO

Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

O GLOBO

Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar
menor de idade carente

ZERO HORA

Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AQUI

Sangue e tragédia na casa da vovó

REVISTA CARAS
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte)
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: 'Até ser devorada,
eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa'

PLAYBOY (
Ensaio fotográfico no mês seguinte)
Veja o que só o lobo viu.

REVISTA ISTO É

Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.

G MAGAZINE
(Ensaio fotográfico com lenhador)
Lenhador mostra o machado

SUPER INTERESSANTE

Lobo mau! mito ou verdade?

DISCOVERY CHANNEL

Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver

quinta-feira, 27 de março de 2008

censura é uma m...

Não sei se vocês leram a matéria de capa do Segundo Caderno de ontem ("Glauber Rocha no ventilador"). Era basicamente a repercussão de uma frase dita pelo casseta Marcelo Madureira em um debate no Cine Odeon alguns dias antes: "Glaber Rocha é uma merda". A frase gerou ato de desagravo (com direito a exibição de "Deus e o diabo na terra do sol" na ABI). No entanto, o que mais me chamou a atenção na matéria foi a informação de que a família do cineasta pensava em processar o humorista.

Pois bem. Nesse país tudo virou motivo de processo mesmo. Não gostou do que fulano disse? Então vai e processa. Quem sabe não ganha um dinheiro em cima. Não estou defendendo Madureira, mas acho absurdo querer processar alguém simplesmente porque a pessoa disse o que pensa. O que houve com a liberdade de expressão? Madureira não ofendeu Glauber, não o acusou de um crime, ele manifestou sua opinião sobre a obra do cineasta. Pode ter sido deslocado, pode ter usado de humor na hora errada (não sei bem em que contexto ele disse o que disse), mas era direito dele. Ou a gente só vai a debates esperando que o entrevistado diga o que queremos ouvir?

Aliás, nossos intelectuais ficaram ofendidos com o episódio e sequer admitem que alguém fale mal dos cânones. É por isso que esse país não vai pra frente... O que vocês acham?

quarta-feira, 26 de março de 2008

Bonitos q só vendo

Um site criou imagens de Homer Simpson e do e Mario com feições reais.
Algo me diz que se fossem assim de verdade não fariam tanto sucesso!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Pra galera de Cinema

Galera li esta notícia hoje no site do jornal O Globo e achei interessante úblicar aqui, principalmente pra quem curte e/ou trabalha com cinema. É uma boa pra quem tá afim de divulgar seu trabalho ou indicar a alguém. Bem recado dado.

RIO - Começam nesta quarta-feira as inscrições para o edital de seleção pública de projetos cinematográficos do BNDES. Serão investidos recursos no valor de até R$ 12 milhões em projetos de Produção e Finalização de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de longa-metragem, nos gêneros ficção, animação e documentário, realizadas por empresas brasileiras independentes. Podem concorrer apenas projetos já aprovados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) e que já tenham registro ou protocolo de registro de emissão e distribuição de Certificados de Investimento Audiovisual na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O período de inscrições se encerra em um mês. Mais informações em: www.bndes.gov.br

retirado do: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/03/18/bndes_lanca_edital_de_cinema_de_2008-426289461.asp

sexta-feira, 14 de março de 2008

Washington Olivetto


Pessoal, na edição da Comunità Italiana deste mês há uma entrevista que fiz com o publicitário Washington Olivetto. Abaixo, segue a matéria e o link, quase de primeira mão para vocês.

Mil e uma conquistas

Ele já ganhou 49 Leões no Festival de Cannes e foi considerado o publicitário do século 20 pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade. Mas o prêmio que Washington Olivetto, de 56 anos, mais celebra é a própria vida. Em 2001, ele foi seqüestrado e mantido em cativeiro por 53 dias. Para esse paulistano ítalo-brasileiro, pai de três filhos, o caso é uma página virada em sua história. Dono de uma das maiores agências de publicidade do Brasil, Olivetto é o criador das mais célebres campanhas de publicidade do país, como a do garoto Bombril, no ar desde 1978. Neste mês de março, quando a Comunità completa 14 anos, a revista não poderia ganhar melhor presente do que essa declaração do publicitário: — O slogan da Comunità Italiana, “A sua revista ítalo-brasileira”, traduz a minha relação com ela: é a minha revista ítalo-brasileira.

ComunitàItaliana – Como descobriu que queria ser publicitário?
Washington Olivetto - Aprendi a ler muito cedo, aos cinco anos de idade e, por conseqüência, a escrever. No início da adolescência, eu queria escrever. Para os jornais, para as revistas, para a TV, para todas as mídias. Por outro lado, tinha enorme admiração pelo trabalho do meu pai, que era um grande vendedor. Um pouco antes dos 15 anos de idade, racionalizei, meio sem querer, que a atividade que misturava o gesto de escrever com o de vender era a de criador de publicidade. E, assim, decidi o que pretendia ser.

CI - O senhor não terminou de cursar as faculdades [Comunicações e Psicologia] e hoje tem um histórico profissional invejável. A faculdade não é necessária?
WO - Não vejo mérito em não ter terminado as faculdades que cursava e sempre deixei isso bem claro, como, particularmente, quando fui eleito Doutor Honoris Causa em Comunicação. O que ocorreu comigo foi um fato atípico. Comecei a estagiar numa agência de publicidade aos 18 anos de idade, exatamente quando estava iniciando duas faculdades: uma de manhã e outra à noite. Fiquei fascinado pelo estágio, acabei contratado no segundo mês, e me dediquei loucamente ao trabalho e, assim, abandonei as faculdades. Porém, estudar sempre é bom. Principalmente se você se preocupar mais com o conhecimento do que com o diploma.

CI - A W/Brasil já teve filiais no exterior. Há projetos de uma W/Itália?
WO - Chegamos à conclusão de que, no mundo de hoje, inteiramente globalizado e interligado pela informática, a presença física não é fundamental. Hoje trabalhamos com acordos locais, o que é extremamente válido para qualquer país e perfeito para a Itália, onde, além de tudo, possuímos grandes amigos na comunidade publicitária.

CI - A W/Brasil já recebeu inúmeros prêmios. Qual é a receita de tanto sucesso?
WO - Algum talento, alguma sorte e muito trabalho. Uma equipe unida, que fuja da competição interna, e mantenha sempre a consciência de que é melhor ser co-autor de muitos trabalhos brilhantes do que autor solitário de algo medíocre.

CI - Prêmio é fundamental?
WO - Não. Obviamente, eles exercem maior fascínio nos profissionais iniciantes. E ajudam esses profissionais a obter seus primeiros reconhecimentos. Depois, todo e qualquer profissional já seguro deve manter a consciência de que, na verdade, a grande e mais meritória função dos prêmios é documentar — e produzir — a memória da atividade.

CI - É verdade que o senhor mandou colocar um busto seu na agência?
WO - Não. O tal busto era um deboche com os bustos levados a sério. Não uma vaidade, mas uma crítica a esse tipo de vaidade. Minha vaidade, na verdade, é extremamente bem administrada: exijo que me levem a sério, mas não me levo a sério — e tenho enorme capacidade de rir de mim mesmo.

CI - O senhor se tornou uma pessoa mais preocupada com a questão da segurança, depois do seqüestro?
WO - Sim. Lamentavelmente, sou obrigado a andar com seguranças. Não é agradável. Representa uma enorme perda de liberdade individual. Mas obedeço às recomendações que recebi depois do ocorrido. No mais, faço qualquer programa, dos mais populares aos mais elitizados, com o maior prazer. Faz parte da minha personalidade. Obviamente, tenho uma liberdade individual muito maior e mais prazerosa quando viajo.

CI - De que forma o senhor vê a vida hoje depois de ter passado por isso?
WO - Encerrei o episódio assim que ele acabou. Foi a maneira que encontrei para manter minha saúde mental e tocar a vida pra frente.

CI - A sua ascendência italiana é por parte de pai ou mãe? De que região?
WO - Olivetto por parte de pai, da Ligúria, em Santa Margherita, ao lado de Portofino, que eu adoro. E Santorso por parte de mãe e que está espalhado por toda Itália.

CI - Costuma ir à Itália? Fala o idioma?
WO - Praticamente todos os anos, com o mesmo encantamento da primeira vez, mas falo mal o italiano. Aliás, costumo dizer que falo perfeitamente mal várias línguas: inglês, espanhol, francês e, obviamente, italiano. Sou até relativamente fluente em todas elas, mas, como a maioria, aprendi falando e trabalhando. Muitas vezes cometo erros que, para mim, são constrangedores.

CI - Que relação o senhor tem com o país e com a cultura?
WO - Sou um dos seis milhões de paulistanos italianos, entre oriundi e descendentes. Minha relação é intensa com a arquitetura, o cinema, o design, a música e o povo em geral, pelo qual sou fascinado. Gosto de tudo na gastronomia. Da mais sofisticada, à mais popular. Me delicio igualmente com um polpettone ou com um risoto contadino.

CI - Que lugar da Itália chama mais a sua atenção?
WO - Muitos. Me encanto particularmente com Portofino, que visito sempre que posso; Roma, com sua alegria permanente; Milão, com seu cosmopolitismo, e Siena,com sua praça sem a perspectiva euclidiana. Gosto de outros lugares também, como Bolonha, uma das cidades mais encantadoramente solidárias do mundo.
CI - Herdamos algo da publicidade italiana? E vice-versa?
WO - Herdamos muito da arte italiana, seja na música, na pintura, no cinema, na literatura e no design. Por outro lado, a partir dos anos 80, nós passamos a influenciá- los fortemente na publicidade. Particularmente, na mídia eletrônica.

CI - Temos, aqui, cerca de 30 milhões de ítalo-brasileiros. Como o senhor analisa esse público como mercado consumidor?
WO - Um mercado consumidor que se transformou em próspero consumidor trabalhando arduamente e que, por isso mesmo, é cada vez mais crítico, consciente dos seus direitos e, por causa disso, precisa ser extremamente respeitado pela publicidade — se ela pretender ser verdadeiramente efetiva.

CI - O poder de compra do italiano diminuiu depois da entrada do euro. Como o senhor analisa o mercado consumidor da Itália, do ponto de vista econômico?
WO - Não tenho essa sensação de diminuição do poder de compra do italiano com a entrada do euro, mas a minha análise é certamente superficial, já que não participo do dia-a-dia do cidadão italiano. Só convivo com meus amigos que moram na Itália em situações turísticas e, conseqüentemente, privilegiadas.

CI - Os dias 13 e 14 de abril serão de eleições na Itália e cidadãos italianos no Brasil também podem votar. O senhor vai votar?
WO - Ainda não sei. Talvez esteja fazendo uma palestra em Berlim, na época.

CI - Como o senhor vê essa crise na política italiana?
WO - A crise política não é só italiana, é mundial. Ela se acentua e muda de endereço ciclicamente, mas se repete.
CI – O que o senhor acha da ComunitàItaliana?
WO - O slogan da Comunità Italiana, “A sua revista ítalo-brasileira”, traduz a minha relaçãocom ela: é a minha revista ítalobrasileira.

quarta-feira, 12 de março de 2008

resenhas

Pessoas: seguem duas resenhas sobre filmes que assisti no último final de semana.

Navalha – sem corte – na carne
Em “Sweeney Todd: o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, a parceria entre o diretor Tim Burton e o ator Johnny Deep continua dando certo... Pelo menos, até a primeira metade do grotesco musical. Todos os elementos que consagraram a dupla estão lá – estética sombria e personagens estranhos, por exemplo –, mas, de qualquer forma, a predileção por seguir uma fórmula comprovadamente bem-sucedida não evita com que o filme se perca, principalmente, em relação ao número excessivo de canções (bem) apresentadas e à quebra de ritmo do meio para o final. Resta saber se a boa impressão causada ainda no início, quando a história do vingativo “barbeiro-serial” que matava seus clientes começa a se desenrolar, não é fruto do inusitado, já que não estamos muito acostumados a ver Depp cantando na telona.



Despertando os instintos mais primitivos
Um filme que começa com uma seqüência de cenas silenciosas e que termina com um final aberto a diversas interpretações pode ser bom? No caso de “Sangue Negro”, de Paul Thomas Anderson, que rendeu a Daniel Day-Lewis o Oscar de melhor ator, neste ano, a resposta é sim. E com louvor. Ao basear-se no livro “Oil!”, de Upton Sinclair, para narrar a saga do ambicioso – e impiedoso – Daniel Plainview em sua incansável busca por “sangue negro” – leia-se petróleo –, o diretor não deixa dúvidas quanto à relevância da história que decidiu contar. Mais do que uma trama bem-amarrada, “Sangue Negro” é um verdadeiro tratado sobre os vis efeitos do capitalismo selvagem na humanidade. E põe selvageria, ganância e ausência de escrúpulos nisso. Contundente e obrigatório.

terça-feira, 11 de março de 2008

Dream Theater


Dia 08/03/2008 houve o Show da banda de Heavy Metal Progressivo Dream Theater. O grupo conta com os atuais integrantes: James LaBrie (vocais), John Petrucci (guitarras), Jordan Rudess (teclados), John Myung (baixo) e Maike Portnoy (bateria). Fazendo a turnê do álbum Systematic Chaos, o grupo tocou não só músicas novas mas também grandes clássicos como Metrópolis e The Silent Man de 1992. Não se pode duvidar do talento e da capacidade de todos os integrantes; Portnoy como sempre cuspindo pro alto, dando tapinhas na testa (cacuetes que viraram marca registrada) "arrebentou" nas baquetas, aliás segundo alguns é o melhor batera do mundo. Petrucci praticamente faz mágica nas guitarras, sua guitarra quase que fala; Jordan mistura músicas da banda com clássicos como Mozart, Bach e Chopin (simplesmente é emocionante vê-lo tocar), Myung é um dos poucos baixistas que toca com os dedos um baixo de 12 eu disse 12 cordas!!! O baixinho praticamente some em comparação ao tamanho do baixo, mas simplesmente é um mago dos baixos e é claro não podemos esquecer de LaBrie. Bem Labrie. LaBrie não deve nada a Bruce Dinckson e outros vocais do metal, seu carisma, sua presença de palco, sua afinação e a potência simplesmente emocionam a quem escuta as músicas da banda.
Bem pra quem gosta de metal e não conhece a banda vale escutar, pra quem não gosta de metal vale também escutar pois o som é progressivo, com um misto de leves com potência. Já quem gosta de metal e conhece não precisamos nem falar né?
Bem recomendo a todos!! Dream Theather!! Leve, pesado, emocionante!!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Jabá

Olá pessoas,
como estão todos?
Vou aproveitar este espaço aqui para divulgar o meu blog
http://transparecendo.blogspot.com

Aliás, o pessoalzinho daqui tem cada blog muito interessante. Portanto, acho bacana cada um visitar o 'trabalho' do outro como uma forma de incentivo. O que acham?
Beijos grandes!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Qual é a música?

Mais um da série "Como anda sua memória?": clique aqui e descubra se você reconhece o programa ou filme só pela música. Pensa que é fácil? Uns, sim, outros nem tanto...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Entrevista com Léo Jaime


Pessoas, segue a entrevista que eu realizei com o cantor e compositor Léo Jaime, no dia 20 de fevereiro, para o jornal Maré Alta - de Angra dos Reis. O bate-papo foi publicado na edição número 1419 do jornal, que foi às bancas no dia 29 de fevereiro. Vale lembrar - delícia de clichê! - que hoje, dia 3 de março, Léo foi capa do Segundo Caderno, do jornal O Globo. Só que o possível nome do disco novo, ele só revelou para mim... Hehehehehehe!


Rock estrela novamente
Cantor e compositor Léo Jaime fala sobre carreira e disco novo em entrevista ao jornal Maré Alta

Por Hugo Oliveira
Durante os anos 80, fosse no rádio ou no cinema, o nome Léo Jaime reinava absoluto. Cantor, compositor e ator, o goiano de nascimento, que escolheu o Rio de Janeiro como lar, cravou alguns sucessos no imaginário popular brasileiro, justamente na década em que o “Brock” – expressão que significa “rock brasileiro”, cunhada pelo jornalista Arthur Dapieve – botava as mangas de fora. Depois de discos de sucesso como “Phodas C” – 1984 –, “Sessão da Tarde” – 1985 – e “Vida Difícil” – 1986 –, ironicamente, o criador de “Rock Estrela”, canção que dá nome ao filme homônimo, de Lael Rodrigues, que também tinha Léo Jaime como ator, viu sua fama descer pelo ralo ao entrar na gravadora Warner, por onde lançou o disco “Sexo, Drops e Rock’n’roll”, em 90. Depois de cinco anos na “geladeira”, e após uma grande batalha judicial com a gravadora, Léo finalmente conseguiu sair do ostracismo musical, mas o cenário já era outro, assim como o público. Mesmo sem lançar novos álbuns, Léo continuou fazendo shows pelo Brasil, ao mesmo tempo em que também passou a escrever para grandes veículos da imprensa brasileira – jornais O Globo e O Dia, por exemplo. Tomando a liberdade de dar um grande salto no tempo, a história de Léo continua aqui, no ano 2008, quando, acompanhado de seu inseparável violão e de um guitarrista competente, o cantor fez um ótimo show, na quarta, dia 20 de fevereiro, no shopping Piratas, em comemoração aos 10 anos do empreendimento. Talentoso, como sempre, Léo Jaime fez com que quase duas mil pessoas cantassem grandes sucessos de sua carreira, durante aproximadamente duas horas de show. Após a apresentação, no camarim do artista, a equipe do jornal Maré Alta – acrescida do fotógrafo honorário, Rodrigo “Scrit” –, conversou com Léo, e além de detalhes de sua carreira, ficou sabendo que o cantor deverá lançar um disco novo, em pouquíssimo tempo. Confira o que rolou na entrevista abaixo.

Hugo Oliveira: a expressão “one hit wonder” – que define bandas e artistas de apenas um sucesso – definitivamente não se aplica a você. “Rock da cachorra”, “Sônia”, “Rock Estrela”, “Nada Mudou” e “Conquistador barato”, sucessos dos anos 80, são alguns dos exemplos que reforçam esta afirmação. Quais seriam as lições mais importantes do “Manual Hitmaker” de Léo Jaime?

Léo Jaime: Putz, não dá pra te dizer exatamente o que é que faz uma canção se destacar das outras. A gente faz tudo com a mesma intenção, mas, às vezes, alguma coisa que você diz acaba traduzindo alguma coisa que todo mundo gostaria de dizer. Você escolhe as palavras certas, escolhe a melodia certa e ela emplaca. Se eu soubesse como fazer isso eu não fazia uma que não fosse desse jeito!

HO: Você nasceu em Goiânia, cidade que, depois de ser considerada a “capital da música sertaneja”, nos anos 90, se tornou “Goiânia Rock City”, nos últimos anos. Você ainda acompanha o que vem acontecendo lá, musicalmente falando?

LJ: Acompanho de longe, porque na verdade, a cena de lá vai para Brasília, no máximo. Tirando alguns artistas que circulam um pouco pela Brasil, em geral, as bandas de Goiânia não circulam muito. Eu acho que com essa história de internet, talvez esse caminho, de buscar uma brecha no Youtube e no Myspace, por exemplo, seja mais interessante para as bandas que estão começando do que querer rodar o Brasil ou se mudar para o Rio ou São Paulo, como faziam as bandas da minha geração.

HO: Aos sete anos, quando ainda morava em São Paulo, você começou a ter aulas de violão. Como é que a música entrou na sua vida?

LJ: Aos sete anos de idade eu ficava mexendo no violão que tinha em casa, e meus familiares tinham medo que eu quebrasse o violão. Resolveram me botar numa aula, para ver se eu aprendia. O professor era cego, foi o primeiro cego que eu conheci na vida. Eu tinha medo de que ele pensasse que eu não aprendia porque ele era cego, e então, eu estudava como louco, e a minha família achava, por isso, que eu gostava de música, o que não era exatamente a verdade. Acabava com todas as festinhas em que eu tocava: se havia festa no Dia das Mães, eu tocava, e todo mundo ia embora no meio. Aí eu fiquei com um trauma, querendo um dia fazer com que a festa não acabasse na hora em que eu pegasse o violão.

HO: Quais são as suas principais influências musicais?

LJ: Têm alguns artistas que eu gosto e que sempre vou gostar. Erasmo Carlos, Elvis Costello, Elvis Presley... Na verdade, nunca fui de ter um ídolo. Sempre gostei de muitas coisas e bebi de muitas fontes, e talvez por isso, eu nunca tenha escutado alguém dizer que meu som é parecido com o som de alguém.

HO: Qual é o seu melhor disco?

LJ: Têm dois discos que eu gosto muito por razões diferentes. Eu gosto muito do “Sessão da Tarde”, por causa das composições, e gosto muito da sonoridade do “Todo Amor”, que foi gravado entre 95/96. Mas, com sinceridade, sem forçar a barra, o melhor disco é o que eu estou fazendo agora, que deve se chamar “Hoje e Sempre”. Esse, eu acho que tem o capricho da produção do “Todo Amor” e a qualidade das composições do “Sessão da Tarde”. Vai ser lançado entre abril e maio, pela gravadora Som Livre.

HO: Seção “Lendas Urbanas”: foi você que indicou Cazuza ao posto de vocalista do Barão Vermelho?

LJ: Sim. Eu fui convidado para ser o cantor, mas já estava fazendo parte de outra banda – João Penca e Seus Miquinhos Amestrados –, além de achar que o Cazuza ia combinar mais com eles do que eu, sendo que acertei em cheio. O Cazuza não queria ir de jeito nenhum! Essa é que é a informação importante. Tive que forçar a barra para ele ir ao primeiro ensaio.

HO: Para finalizar: por que o formato voz e violão? Enjoou do clássico guitarra, baixo e bateria?

LJ: Não! As pessoas é que acham que é mais barato para viajar. Espero voltar aqui com a banda inteira!